As infeções recorrentes são um dos principais motivos de preocupação dos pais, principalmente as infeções respiratórias (otites, nasofaringites agudas ou pneumonias…), que são uma das principais causas de ida ao serviço de urgência ou à consulta de pediatria. Representam um grande impacto socioeconómico na vida das famílias.
A maioria destas crianças são saudáveis e não apresentam nenhuma patologia de base.
No entanto existem vários fatores que contribuem para que isso aconteça, tais como fatores de risco ou ambientais, como a ida para o infantário; a exposição ao fumo do tabaco, a existência de irmãos mais velhos e vários coabitantes e também o baixo nível socioeconómico (precariedade habitacional).
Algumas crianças, principalmente aquelas mais pequenas, podem também apresentar uma imaturidade imunológico, isto é, o seu sistema imunológico ainda não está totalmente preparado para combater os principais microorganismos causadores de doença.
Geralmente são infeções benignas, com boa evolução e resposta rápida à terapêutica. Apresentam um desenvolvimento estaturoponderal e psicomotor adequados.
Cerca de 30% pode apresentar patologias alérgicas, tais como, asma, rinite ou sinusite, o que também os torna mais susceptíveis a infecções. São muito frequentes as infecções respiratórias altas e baixas nestes doentes.
Cerca de 62% das crianças com otite seromucosa tem atopia (asma ou rinite alérgica). Tal favorece a inflamação crónica das vias aéreas e facilita a adesão de microorganismos ao epitélio respiratório e o desenvolvimento de infecções respiratórias.
Há ainda um grupo de crianças com doença crónica, que representam cerca de 10% das situações, que têm uma doença crónica, tais como o refluxo gastrointestinal, a fibrose quística, as bronquiectasias ou malformações vasculares e anatómicas, que também os torna mais susceptíveis a infecções de repetição. Uma pequena percentagem, cerca de 10%, pode ainda ter um defeito congénito no seu sistema imune, isto é falta de defesas. Geralmente têm patologias mais graves, necessitando de investigação mais aprofundada e terapêutica especifica.
O diagnóstico precoce de uma patologia permite uma terapêutica dirigida ou até mesmo uma terapêutica profilática, melhorando deste modo as sequelas a longo prazo.
É importante aconselhar-se junto do seu médico assistente, fazer exames se necessário e manter uma vigilância adequada e regular.
Drª Ana Isabel Cordeiro, Pediatra
Kids and Teens – Clínica de especialidades pediátricas, Lisboa
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