O Rodrigo tem nove anos e está no 4º ano. O mais novo de três irmãos, é considerado pelos pais como “o mais desafiante”.
Todos acham que é uma criança feliz e alegre, mas muitas vezes pensam que tem “demasiada energia”, porque “parece que está sempre ligado à corrente”.
Apesar das constantes chamadas de atenção, é incapaz de estar quieto, fala por cima de todos, tem dificuldade em esperar pela sua vez e é raro vê-lo envolvido com tranquilidade em atividades de lazer.
Muitas vezes, acaba por ficar de castigo. Segundo os pais estas suas características afetam também negativamente a relação com os irmãos, principalmente com o Tomás, com quem partilha o quarto, e que protesta com a constante desarrumação.
Na escola o seu comportamento não é diferente.
Tem amigos, mas é muito impulsivo na relação com os outros. A perceção de todos os professores que o têm acompanhado desde o início do seu percurso académico é de que é um aluno cujo aproveitamento escolar fica sempre aquém das suas competências cognitivas. São quase diários os recados da professora sobre as suas distrações: ora porque se esquece do material, de fazer os trabalhos de casa ou das datas das avaliações; ora porque não ouve as instruções dadas ou não termina os trabalhos a tempo.
O Rodrigo é um exemplo de uma criança com Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA), uma das perturbações do Neurodesenvolvimento mais frequentes na infância.
Sintomas de Hiperatividade e Défice de Atenção
Os sintomas-chave são:
- A hiperatividade, expressa por uma irrequietude difícil de controlar;
- A impulsividade, ou seja, uma dificuldade em controlar/inibir a sua resposta quando é necessário;
- A desatenção, expressa pela dificuldade em manter a atenção.
Estes três sintomas da PHDA estão normalmente presentes desde a infância, variando a sua expressão ao longo das várias etapas de desenvolvimento.
Para o estabelecimento do diagnóstico é também necessário que os sintomas sejam observados em mais do que um contexto e tenham um impacto significativo em diferentes domínios da funcionalidade da criança, por exemplo no aproveitamento escolar e na relação com os pares.
O diagnostico precoce com o estabelecimento de um plano terapêutico pluridisciplinar é fundamental para um bom prognóstico, permitindo diminuir o impacto negativo desta perturbação e possibilitando um desenvolvimento da criança o mais harmonioso possível.
Na Kids&Teens – Clínica do Lago disponibilizamos uma consulta de pedopsiquiatria que ajuda os pais, entre outras questões, a lidar com crianças que exibam sintomas de PHDA.
Drª Frederica Vian
Pedopsiquiatra, Kids & Teens
Saiba mais…
> Crianças na Internet – Novas tecnologias e sua influência nas famílias
> Entrevista com a psicóloga Drª Inês Camacho
> Como organizar as refeições em tempos de quarentena
> Terapia de motricidade orofacial e dificuldades alimentares
> Aparelho ortodôntico, como funciona o tratamento?